domingo, 31 de julho de 2011

A Reforma - Parte 2

Definida a pintura iniciamos a fase do "já que": Já que estamos pintando, vamos fazer isso; já que estamos pintando vamos fazer aquilo e assim foi surgindo o formato atual do carro. Como já havia comentado antes, o bico do carro precisava ser refeito apos o dano sofrido. Era hora de executar um plano que vinha pensando a certo tempo: A tomada de ar frontal para abrigar o radiador e obter pressão aerodinâmica na parte frontal do carro. Como o puma tem muito peso sobre o eixo traseiro (ainda mais com o piloto) a frente acaba ficando um pouco "solta". Mesmo usando pneus menores na frente, o carro ainda não fica com o comportamento que gostaria na pista. Sempre pensei em formas para melhorar isso e mesmo deslocando todo o peso possível pra frente, ainda não era suficiente. Sendo assim, após observar carros de corrida dos anos 60, decidi executar o projeto.

Um dos carros que serviram como inspiração

Outro exemplo, agora um furia

A outra modificação que atende o regulamento, era a retirada dos parachoques, sendo assim, o desenho final inspirou-se nos colegas da Classic São Paulo.

Esquema final que inspirou o carro

Desenho definido, mãos a obra

Início da raspagem com a reforma do bico já realizada

Durante o desmonte, percebemos que as sinaleiras frontais do carro estavam desalinhadas. Num primeiro momento achamos estranho, mas ao verificar as fotos de outros pumas do ano 71 percebi o motivo para tal: Em algum ponto da história deste carro, o proprietário resolveu "atualiza-lo", anulando as sinaleiras originais, instalando as novas sinaleiras do modelo mais novo. Entretanto, o responsável, não teve muito cuidado na instalação, resultado neste erro. As sinaleira originais deste modelo ficam abaixo do para-choque dianteiro. Desta forma, novas metas para a segunda fase do carro: Instalação das sinaleiras originais, cobertura de acrílico dos faróis, espelhos e, se ainda for possível, friso dianteiro. (continua...)

Detalhe da sinaleira dianteira e outros detalhes do puma 1971.

sábado, 30 de julho de 2011

A Reforma - Parte 1

Bom pessoal, vamos iniciar o relato das mudanças do carro em si. Tudo começou quando tive a indicação da Metal Garage pelo grande amigo e anfitrião do retorno as pistas, Marcelo Bottizzo. Precisava de alguém para montar a minha Rollcage e assim iniciou a jornada do nosso querido puma. Como a história é longa, vou postando por partes:

Parte 1

Esquema visual original do carro

Num primeiro momento, a ideia era montar a gaiola de proteção para o piloto, conhecida como Rollcage ou Santoantonio (acho que é assim que se escreve). Aproveitando as habilidades do Maicon, já solicitei também que fosse feita a instalação dos reforços de estrutura da iMohr, do cubo rápido e a grande dor de cabeça deste carro: O Banco (Vale um post separado).
No decorrer dos trabalhos, o Maicon surgiu com a seguinte ideia: Que tal dar um banho de tinta no carro? Originalmente a parte estética do carro não estava no projeto inicial. Era necessário, é verdade, o reparo do bico, danificado num dos transportes, mas com tanta coisa ainda pra fazer (e comprar!)... Penso, penso e penso e no final, o caso foi levado ao departamento de contabilidade da equipe (patroa) e, depois de muitos argumentos, tomamos a decisão: O carro seria pintado, mas teríamos que abrir mão da etapa do Velopark. Ok, mão a obra!

Puma na antiga subida da Borrussia (ê saudade!) com a "ferida aberta" no bico.


Carro indo pra METAL GARAGE. Podemos ver o detalhe do reparo provisório do bico do carro


Optamos pelo orçamento mais simples, sem a raspagem completa das camadas de tinta e fundo. Sabemos que a pintura pode vir a apresentar novamente os defeitos com o tempo. Entretanto, considerando que trata-se de um carro de competição, que fica sempre guardado em local protegido do sol e que ainda corre o risco contante de danos e reparos, pensamos em manter o orçamento contido e resolvemos arriscar. Qualquer coisa, mais pra frente e com o orçamento mais solto, a gente pinta como se deve. Ou ainda, quem sabe, temos que mudar para as cores de um patrocinador de verdade... (continua)

Carro desmontado parcialmente e pronto para a pintura!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Abertura do Motor - Surpresas (?)

Na segunda feira iniciamos os trabalhos no famigerado motor. A abertura do mesmo revelou algumas coisas que já eram esperadas e outras nem tanto.
Segue abaixo um fragmento do relatório do responsável pelo trabalho de recuperação do motor:

... A primeira discrepância foi na porca superior externa do cilindro 3 que estava solta. O prisioneiro estava curto e deixou só três fios de rosca para segurar o cabeçote. Já tinha sinais de vazamento de gases entre cilindro e cabeçote.




Prisioneiros que prendiam a bomba de óleo de 30 mm estavam curtos demais e também com poucos fios para as porcas.
A porca do volante estava pouco apertada e os pinos de alinhamento estavam frouxos, tanto na ponta do virabrequim como no volante. Vão precisar de reparo delicado. O barulho que foi ouvido pode ser o da folga entre o volante e a ponta do virabrequim.
A engrenagem do virabrequim que aciona o eixo do distribuidor dentro da carcaça estava danificada e precisa ser substituída.
A abertura da carcaça mostrou que o mecânico usou uma cola que chamei de chiclete, pois se esticava toda colada na carcaça. Foi passada em excesso na bomba de óleo, soltando um pedaço dentro do fluxo de óleo lubrificante. Pedaços pequenos dessa cola foram parar nas bronzinas de duas bielas.
Sobre a peneirinha foi encontrada uma massa mole, provavelmente restos de cola.
Bronzinas do virabrequim estavam com danos superficiais.


Os cabeçotes 6 aletas que usou são da autolinea e as passagens de ar entre os dutos estão bloqueadas por sobras da fundição, impedindo a correta refrigeração dos cabeçotes.
Os cilindros 88 mm não tem aletas até seu topo, deixando passagens de ar muito grandes e reduzindo o ar que passa pelas aletas. Essas passagens serão fechadas...


Mesmo com um relatório preocupante quanto a falta de cuidado e qualidade na montagem do motor pela empresa anterior, os danos não foram tão severos como pensava. A configuração original do carro com motor a "ar" ganha força. Ainda guardo fé que o motor consegue aguentar o tranco da competição tanto quanto um AP desde que seja bem pensado e montado.